sexta-feira, 27 de julho de 2007

A Princesa de Helmúria e os filhos de Odin

Uma noite alucinada em que se juntaram os filhos de Odin e a Princesa de Helmúria (Zé, é assim?!).

Viva o Favaios e a cachaça do Dudu.
Viva o Kuduro e a Pimbalhada da Grossa.
Viva o pessoal cromo das médias altas.
Viva a Dja que adormeceu.
Viva as cantigas pirosas ao som da guitarra e os desafinos ao desafio.
Viva o “umbrella”.
Viva a tocha olímpica (é p'rá tala!) e o fondue de chocolate.

Mas acima de tudo, viva a Curada!!! Que hoje é bebé. Apesar dela não ler esta treta de blog, aqui fica a homenagem.

Resultado: voltar à base no último BUS alternativo ao metro da noite. Sim, que eu só ando em BUSes alternativos.

P.S.: Acima de tudo viva o Dinha, que me trouxe do BUS ao ninho em segurança :-D

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Condições de trabalho

a) Segurança no emprego;
É cada um por si e Deus por todos. A vida é feita de altos e baixos. Um dia estamos cá, o outro ninguém sabe.
b) Duração máxima do tempo de trabalho;
Não serão ultrapassados os limites do razoável. O trabalhador abandonará o seu posto assim que terminar todo o trabalho do dia e adiantar o do dia seguinte. O tempo que gasta com isso, é com ele. Se não parar para comer, café, tabaco, usar as Instalações Sanitárias, conseguirá, em vez de 24h, completar a produção necessária em 23h.
c) Períodos mínimos de descanso;
Serão, como pedido, o mais reduzidos possível. Com esse ponto não será necessária preocupação por parte dos assalariados.
d) Férias retribuídas;
Todos os trabalhadores deverão retribuir as suas férias directa e imediatamente à entidade patronal, em sinal de agradecimento pelo salário que recebem.
e) Retribuição mínima e pagamento de trabalho suplementar;
A retribuição aos trabalhadores será de facto mínima e damos isso como garantia. O pagamento do trabalho suplementar será efectuado todos os dias 30 de cada mês (28 ou 29 no de Fevereiro), na tesouraria da empresa. Pede-se aos trabalhadores que levem o pagamento em cheque ou dinheiro vivo, retirem uma senha à chegada e aguardem pacientemente a sua vez de pagar.
f) Condições de cedência de trabalhadores por parte de empresas de trabalho temporário;
Sendo o trabalho precário um dos estandartes desta empresa, pois não gostamos de trabalhadores aborrecidos e entediados de estarem sempre a fazer a mesma coisa, temos os tramites destas condições de cedência bastante facilitados e as empresas de trabalho temporário como fontes primárias de trabalhadores.
g) Condições de cedência ocasional de trabalhadores;
A cedência de trabalhadores é completamente permitida, desde que estes se dirijam à tesouraria, retirem uma senha e entreguem o valor equivalente aos dias em que se ausentarão em cheque ou dinheiro vivo.
h) Segurança, higiene e saúde no trabalho;
Fará parte dos deveres do trabalhador esforçar-se e dar o máximo de si em todas as tarefas a que se propõe e que tem a seu cargo, não colocando em causa a segurança do material e produtos que manuseia. Deverá, também por isso, lavar sempre as mãos depois de comer, antes de tocar no material de trabalho.
i) Protecção da maternidade e paternidade;
Deverão encontrar-se devidamente protegidas. Aliás, essa é uma das nossas lutas, proteger os trabalhadores desse triste destino que os faria perder o emprego. A entidade patronal encarrega-se, inclusive, de, nobremente, fornecer preservativos aos trabalhadores.
j) Protecção do trabalho de menores;
Os menores que aqui trabalharem encontrar-se-ão devidamente protegidos. Ninguém lhes fará mal.
l) Igualdade de tratamento e não discriminação.
Não se discriminará ninguém e serão tratados como iguais, seja qual for a raça, orientação religiosa, política, idade, sexo, etc. Todos trabalharão o máximo de horas, receberão o mínimo de bonificações, elogios e condições de salubridade.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Objectivo Itália II – Assuntos do oculto

Agora que começam as férias de Verão, achei por bem deixar as universidades Italianas em paz e sossego, depois de já ter a caixa de correio cheia de mails dos desgraçados dos funcionários das secretarias e departamentos de estrangeiros: “Dear Catarina, …”
Mas é claro que em Setembro vou recomeçar os meus esforços para dar mais uns passos em direcção ao objectivo. Vão ficar a saber o meu nome de cor e salteado. Já os estou a imaginar a chegarem ao trabalho todos os dias de manhã e ligarem o computador com suores frios. A rezarem para que quando abrirem a caixa de correio electrónico não apareça “Nova mensagem - Catarina Santos”. Já para não falar da senhora do gabinete de estrangeiros da minha faculdade! Essa sim, vai dar-me água pelas barbas! Essa dá luta! Sempre no seu gabinete, sentada ao computador, de cigarro na boca, uma mulher em miniatura fisicamente, mas um macho latino lá dentro! Quando lhe perguntamos sobre universidades estrangeiras, resposta: “Para que é que já andam a querer saber disso?! Esta faculdade é muito boa, para que é que querem ir lá para fora?” Na sua voz de rezingona, música para os meus ouvidos. É assim uma espécie de Mr. Magoo, versão feminina, com TPM na menopausa...

Já hoje, descansada no meu quarto, a arrumar roupa, a fazer coisas inúteis que sabem tão bem em férias, chegou um pequeno presente para mim. (Há que frisar que quem me ofereceu este pijama não sabe nada desta história de eu querer ir para Itália). Pois era um pijama azul-bebé, de calças e t-shirt, muito girinho por sinal!
As calças têm uma só frase escrita: “Ó sole mio!! …” Ai! É italiano. Pareceu-me então que devia tomar mais atenção ao que dizia a t-shirt “Aventura in Itália” entre muitos outros textinhos em letras pequenas, escritos em italiano, “Torino a 54km”, “Venecia”, etc, etc….
Sendo um pijama, ainda por cima, tudo isto ganha um sentido onírico! O meu sonho acordada de ir para o país do Berlusconi, vai, por meio deste pijama, juntar-se realmente ao mundo dos sonhos a dormir. Parece-me bem que isto é um sinal, um prenuncio da minha emigração! Já dizia aquela grande filósofa portuguesa do século XXI, Não há coincidências!


terça-feira, 17 de julho de 2007

É desta que vou dentro

Acho que vou ser presa por associação criminosa ou coisa que o valha.
Parece que sou acusada de ter dado o meu passe social a um terrorista talibã, para que este tivesse acesso à nossa rede de metro. Tem de ser assim porque eles são muito poupados. E os preços dos transportes estão pela hora da morte (neste caso literalmente), especialmente aqueles que dão acesso à segunda zona do metro.
Sim, confesso aqui, publicamente. O senhor veio falar comigo tão simpático, explicou-me os seus problemas económicos, que já que se ia matar não podia gastar mais dinheiro que tinha de ficar para a família se poder deslocar para outros países com o mesmo propósito. É, eu sou assim…Um coração mole e fiquei logo sensibilizada. Parece que fui escolhida pela parecença com o senhor e por ter o passe que dá acesso a Odivelas e Amadora. Além do passe Lisboa Viva, ainda tive a amabilidade de lhe aconselhar a estação do Colégio Militar para executar o servicinho e mais especificamente este sábado, que há jogo na Luz. Deste modo, com tanta gente atingida, o Sr. Talibã será ainda mais reconhecido no seu país.
Só não esperava que por este gesto tão simples da minha parte, hoje me ligasse o Sr. J. da PSP a dizer que tenho de prestar uns esclarecimentos: porque é que o meu passe social foi encontrado no bolso de outro indivíduo? Como é que não dei pela falta do passe? Não o uso? E…Mas mudei de casa? Para onde?! (disse ele).
Meus amigos, se este for o meu último post, já sabem porque foi…Na prisa, a net é lenta e não dá.

terça-feira, 10 de julho de 2007

"Tia Retro"

Fui à Farmácia. Na minha indumentária de “roupa para sair à rua perto de casa”.
Ao voltar para o lar-doce-lar, reparo numa senhora. Chiquetérrimaaaa…..Louraça, acabadinha de sair do cabeleireiro, óculos escuros Dior, lábio vermelho, as suas pendurezas de ouro, camisola azul escura para dentro das calças vermelhas Ferrari justas em baixo, cinto de fivela dourada como não podia deixar de ser, sapato...(…disso não me lembro).
Estava eu tão embrenhada nesta observação da tiazorra retro, do século passado, quando reparo…na cereja no topo do bolo, que ridicularizou toda esta situação ao máximo…..
….….B E R G U I L H A A B E R T A ! ! ! ! ! !
Estive quase, quase para a avisar, mas depois pensei que lhe podia estar a estragar o esquema. A senhora podia estar a querer provar alguma coisa ao Mundo.
É assim mesmo, há que manter a postura.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Decálogo dos Condutores

(sem querer ofender ou ridicularizar ninguém, que eu também cá tenho a minha fé, mas esta instituição...hummm :-/...)

Ainda mergulhada num certo espírito italiano, lembrei-me do Vaticano.
Pois parece que esta instituição, sempre com intervenções tão produtivas, que não se mete na vida de ninguém nem na política, agora decidiu criar os Dez Mandamentos da Condução.
Eu pensava que os Dez Mandamentos que o Sr. Moisés ditou se referiam a toda a vida em geral. Mas não…

I. Não matarás.
Já existente nos “outros” Mandamentos originais. Parece que havia dúvidas principalmente acerca deste… Muitas cartas chegaram ao Vaticano com este tipo de perguntas:
- “Peço desculpa, será que matar com um veículo automóvel se inclui nesse caso?”

II. A estrada seja para ti um instrumento de comunhão, não de danos mortais.
Mais uma vez há necessidade de relembrar que não vale matar com o carrito, hã?! E vamos todos a parar os veículos em auto-estrada e dar uns abraços e beijinhos.

III. Cortesia, correcção e prudência ajudar-te-ão.
Isto só é realmente aplicável em estrada, não no dia-a-dia.

IV. Sê caridoso e ajuda o próximo em necessidade, especialmente se for vítima de um acidente.
Se não houver alcatrão ou veículo envolvido, escusas de te incomodar.

V. O automóvel não seja para ti expressão de poder, de domínio e ocasião de pecado.
Humm…”ocasião de pecado”…percebem, não é? Get a room!

VI. Convence os jovens e os menos jovens a não conduzirem quando não estão em condições de o fazer.
Os que são mesmo mais velhos, visto que antiguidade é posto, adquiriram o direito de o poder fazer. Não os incomodes.

VII. Apoia as famílias das vítimas dos acidentes .
Tendo sempre presente que se refere a vítimas de acidentes automóveis e não a acidentes em geral.

VIII. Procura conciliar a vítima e o automobilista agressor, para que possam viver a experiência libertadora do perdão.
Há pessoas especializadas neste tipo de conciliação. Conseguem-na entre dois estranhos. Uma menina que anda a passear na berma da estrada e o senhor condutor, como se quer. E é verdade, eles vivem a sua experiência libertadora a dois.

IX. Na estrada, tutela a parte mais fraca.
Ela era a parte mais fraca e ele tutelou-a.

X. Sente-te responsável pelos outros.
Ele sentiu-se responsável por ela por instantes, tanto que decidiu dar-lhe um certo tipo de apoio financeiro no fim do “tutelamento”.

Objectivo Itália I

Juntando a minha vontade de sentir como é viver noutro sítio, longe daqui, com outras pessoas, outras culturas, enfim, aquele bla-bla-bla, com a minha obsessão por Itália (apesar de nunca lá ter ido), lá decidi começar realmente a empreender neste sentido.
Não contando com a possibilidade de poder ir através do programa ERASMUS, pois muito provavelmente não será possível (porque aqui a je é muito inteligente e deixou uma disciplina do 1º ano pendurada). Assim sendo, não baixando os braços à hipótese de ir estudar para o país da pasta, comecei a minha pesquisa a todas as outras alternativas.
Num excerto do Jornal Oficial da União Europeia, encontrei uma lista das faculdades europeias com títulos de formação de arquitecto reconhecidos. Fui direitinha a Itália. No site de cada uma dessas Universidades, consultei por alto a parte dedicada aos allievi stranieri e enviei e-mails (em inglês, claro) para saber, segundo as minhas condições, quais as hipóteses que cada uma me daria. Completamente parva, só de ler os sites em italiano, ficava toda excitada (quando digo excitada, é “mesmo” excitada!).
Entretanto já me responderam 5 escolas, 4 delas em inglês. Sim, surpresa das surpresas, a signora Stefania V. responde ao meu e-mail, da seguinte forma. Passo a citar:

“Prego ritrasmettere in lingua italiana.
Cordiali saluti
Stefania Volpato”

Grande Stefania. Ela manda e eu obedeço. Lá fui eu para o Babel Fish e Inter Trans, aqueles belos instrumentos de tradução on line tão fiáveis, traduzir o meu texto, quase palavra a palavra. Só me dei a este trabalho todo porque era de Veneza, aquela cidade que flutua, tão cheirosa. Com certeza uma das coisas mais cómicas que já devo ter escrito. O facto é que a Stefi respondeu. In deed!! No seu doce italiano imperativo.
E foi assim que comecei a minha caminhada, com um primeiro passito. É claro que o meu maior problema é o “money, money, it’s so funny”, já que pretendia ficar lá bastante tempo…
Mas um passo de cada vez.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Assuntos de Família

Num belo serão a três, pai, mãe e filha, em torno da TV, como se quer.
Pois que outra coisa se espera que façam? Ora, que dêem atenção áquilo que rege as suas vidas: o telemóvel, claro está. Já não se usa ter aquelas conversas em torno da lareira. Temos que nos adaptar à modernidade.
Dou por mim com o barulho da TV à frente, com o pai à esquerda a escolher o toque do seu telemóvel e a mãe à direita, a fazer exactamente o mesmo no seu. Três sons diferentes em simultâneo.
Então o que é que eu faço? Sem querer ficar atrás, mas já contente com o meu toque actual, vou buscar o meu telemóvel e ponho-me a jogar, ao som desta orquestra sinfónica familiar.
E não bastando este ataque sociológico da tecnologia, ainda venho para a internet divulgar o momento surreal em que me vi envolvida.
São estes os meus tristes tempos modernos???...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Humm...

"Now listen up, to the things I have to say, about the boys... And the girls... And the games that they play..."

aaahhhh... Depois digo noutro dia, tá bem? Agora já não me apetece.


AH!! E queria dizer que:
Sou apologista de pés descalços no tablié do carro.
(Ainda que possa irritar o condutor.)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Um dia surreal

Depois de uma manhã destas não há quem resista.
Saio a porta da rua e vejo a vizinha do prédio da frente a passear quatro tatus pelas trelas… Pensei que estava a sonhar, com tamanha anormalidade. Com trelas?! Os tatus não precisam de trela! E ainda para mais eu conheço bem estes. Costumam vir às festas cá do sótão.
Começo a andar até à paragem de autocarro e as rodas dos meus patins em linha começam a encravar. Olho para o chão e lá estavam os molhos de lã das ovelhas que moram na cave. Decidem ir à tosquia e nunca tratam de se desfazer dela. Já tinham combinado com a minha avó que ia haver uma transacção de lã para camisolas/revistas de TV semanais. Mas parece que não foi por isso que as rodas pararam... Fui mesmo eu que me esqueci de destravar.
Então destravo precisamente no momento em que vou começar a descer aquela rampa enorme! E pois, lá vou eu lançada pelo meio das vivendas todas e só paro mesmo lá ao fundo, quando embato em qualquer coisa.
Era o camião do lixo que estava a bloquear a rua. Ui! Olho para o lado e lá se foi o autocarro. Já estava atrasada e o próximo autocarro só dali a 20 min. Os senhores do lixo foram simpáticos e lá me deram boleia.
Coincidência das coincidências. Nem sabem quem eu encontrei lá no meio da comida e outras “coisas orgânicas” em decomposição: pois é, os meus inquilinos lá de cima. Estavam lá tão entretidos numa espécie de flirt com as ratazanas que nem lhes disse nada.
Bela maneira de chegar à porta da Faculdade: STYLISH!!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Calamidade na noite

Grande, grande drama da noite.
Perdi o comando da TV.
Pânico.
E agora?
Estou na secretária, a estudar, tenho de me levantar para ir mudar o canal?!
Estou no sofá a cochilar, tenho de realizar um esforço muscular dessa dimensão?!
Estou para aqui a teclar e tenho de ser obrigada a ouvir aquilo?!
Será que está no meio do édredão. Será que no meio das almofadas do sofá...Será que debaixo das revistas...Ou será que foi o sacana do Fauno?...
E agora? Morro de curiosidade para saber que é que se está a passar noutro canal. Pode estar a dar o programa que vai mudar a minha vida. Alguém pode estar a dizer aquela frase profunda que se encaixa perfeitamente na minha dúvida existencial...
A perda do comando veio mudar todo o conceito de zapping para mim…Obriga-me a questionar muita coisa…