quarta-feira, 7 de maio de 2008

Uma noite no Bairro Alto: guia de instruçoes (como actuar)

Antes de sair para o Bairro há um grande prelúdio. Parece nao acabar. Geralmente acaba nas escadas do Belas.
- "Onde é que vamos?! Diz aí bares."
- "Prrr... Sei lá, O Sítio do Cefalópode."
- "Oh, esse nao..."
- "O Tuareg."
- "Naaaa... Hoje deve estar cheio e paga-se para entrar." (Há que começar a colocar entraves a todos os nomes de bares que sejam ditos - se nao fôr do cú é das calças).
- "Entao nao sei."
- "Vamos ao Bairro?!" (Esta é uma grande variaçao e originalidade. Todas as nossas sextas-feiras sao diferentes. E é sempre algum génio que termina com esta ideia brilhante).
- "Ya! Pode ser. O Champa e isso já foram." (Há que falar nisso sempre como se fosse uma coisa nova ou rara).
- "Quem é que vai?! Quem é que vai?! Quem leva carro?! Quantos somos entao?! Está um a mais!" (Mais uma vez, questoes existenciais em vao. Sao sempre os mesmos que levam os carros, sao sempre os mesmos que vao).
- "Entao eu nao vou, pronto." (Esta nunca é a minha fala, apesar de nao ter carro, sou como uma lapa).
- "Oh, nao sejas parvo."
- "Entao vá, vamos, estamos todos? A Paula? Ainda está lá dentro? Vai chamá-la pá! Já se está a fazer tarde!"
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FIM DO PRELÚDIO
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Já pelas ruas de Lisboa. Campo Grande. Rua acima, rua abaixo. Passamos pelo Saldanha. Dizer adeus e apitar ao senhor velhinho parado no semáforo. YEEEAAHHH!!!! Passar pelas costas do homem do leao, ilustre Marquês de Pombal. E aproxima-se o caos. Trânsito. Há 1h30 (digo da manha ou da noite?). Prrrr...
- "E agora onde é que estacionamos? Aqui nao há."
- "Já passámos por aqui três vezes, vai ver lá em baixo, costuma haver."
- "Nao há nada. E se estaciono ali? Achas que é proibido?."
- "Acho que nao passa aqui outro carro."
- "E se pomos no parque?"
- "Olha o Zé! Yeeeahhh! Já estacionaram??? Onde? Pfff...Nós já andamos nisto há 40 minutos."
- "Encontramo-nos na Tasquinha do Fadista."
- "Ok. Até já."
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FIM DO 1º CAPÍTULO
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Sobe rua, desce rua.
- "Onde é que eles estao?"
- "Na Tasquinha."
- "Vamos à Leitaria do Nelson primeiro, está lá o outro pessoal."
- "Queres beber imperial ou tango? Eu pago agora, pagas a próxima."
- "Já tenho de ir mijar. Vamos ao bar dos gays que está mais limpa a casa-de-banho das mulheres."
- "Vamos ao Jamaica. Vens?"
- "Nao, já estou podre. Doem-me as pernas de estar em pé."
- "Anda lá meu. Mariquinhas."
- "Eu vou ao Velvet."
- "Pfff, está bem, bora lá, mas nao fico muito tempo."
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FIM DO 2º CAPÍTULO
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CONCLUSAO
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- "Olha lá, o Zé?"
- "Estava todo lixado, está a vomitar na casa-de-banho."
- "E a Paula? Também."
- "Entao e agora quem é que leva o carro????"
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FIM
E agora digam lá: ainda está tudo na mesma?

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cicatriz artística

Tenho uma cicatriz artística. De tanta geometria descriptiva e conceptual que me entra pelos olhos, a minha anatomo-fisiologia também começa a modificar-se.
O fenómeno surgiu no ante-braço direito. Já tinha uma cicatriz prévia com cerca de 2 anos (reparem na terminologia técnica). Como duas rectas unidas, com um determinado ângulo entre elas.
Foi este fim-de-semana, a escalar uma montanha. No meio de cactos, todo o tipo de plantas com picos e rochas. Fiz uma nova cicatriz, exactamente no mesmo ante-braço, muito próxima da anterior. Até aqui tudo bem, relativamente normal. Teria um braço mais massacrado, pronto, ok.
A questao é a seguinte: a nova cicatriz encaixa perfeitamente com a anterior, ou seja, tem exactamente a mesma forma, mas numa posiçao distinta, a qual lhes permite encaixarem-se.
Vou tentar reproduzir aqui o novo desenho que tenho no braço.

A da vossa esquerda é a antiga. Incrível. Podem nao acreditar mas é mesmo assim, perfeito. Uma com cor diferente da outra, só isso.
Já me disseram que a única pessoa que tem este tipo de cicatrizes é o Harry Potter. Mas tendo em conta que eu também já tive uma cicatriz na testa, muito parecida à do H.P.... Sinto-me no direito de pensar que eu tenho tanta legitimidade como ele.
De qualquer forma, obrigada pela comparaçao. É sempre reconfortante pensar que, provavelmente, há um Valdemort a assombrar-me por Cantoria, a querer matar-me. E que na melhor das hipóteses vou acabar a lutar com ele numa noite de Lua cheia no topo do cerro castillo (onde fiz a cicatriz do braço), no meio das ruínas, o mais perto possível do precipício, claro está.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Porquê? Como? Quando? Para quê?

Porque sim.
Para quando morrer nao descobrir que nao vivi.
Para ser uma dessas pessoas que ainda sabe viver. Ou que pelo menos tenta aprender.
Para ter tudo aquilo que os meus braços consigam abarcar.
Para descobrir o X que está sempre a mudar de posiçao no mapa. E desenterrar o tesouro.
Para ganhar como objectivo principal nao ter objectivos longínquos.
Para conseguir colocar-me nos mil e um cantos da sala.
Para ter mais gente que me dê muito mais de mim. E para dar mais da gente à gente. E para dar mais de mim à gente. E para que a gente me dê muito mais de si. E para que a gente de sempre e muita outra gente sejam eu e eu seja a gente.
Para nao fugir com medo da chuva. Nem ficar sentada à sombra à espera do Sol.
Para recomeçar sempre a partir do +1.
Para pensar que estou a 100%, mas que de certeza que há um 200% escondido que vai ser declarado já a seguir. E que a progressao aritmética vai continuar.
Como? Fácil. Sempre. Inquieto.
Trocar a razao pela acçao. Sentir.
"Quando" nao existe. Quando é agora. E o agora já foi e é agora outra vez. Pela primeira e última vez. E nao vai ser porque está a ser agora.
Porque a minha vida está nas minhas maos. E porque a Liberdade é tao grande que podia asfixiar. Mas nao asfixia.
Porque a Liberdade está cá dentro e nos impulsos que se tomam.
Porque para dizer isto nao encontro palavras. E o coraçao acelera e a adrenalina sobe. Só por dizer. Só por dizer o que nao consigo exprimir.
Porque o certo nao é o que todos fazem.
Porque o que todos fazem nao é errado.
Porque o que todos fazem e o que tu fazes nao se pode comparar.
Porque o dia de amanha é tao incerto para mim como os meus cinquenta anos.
Porque a melhor frase feita de sempre é que a Vida é uma caixinha de surpresas.
Porque ainda há tanta coisa atrás da montanha onde nao cheguei. E porque ainda há tantas montanhas que ainda nao vi.
Porque me abisma ouvir histórias. Porque quero que a minha História me abisme.
Porque o coraçao salta-me do peito.
Porque estou a descobrir porquê.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Imagem

E agora também eu queria estar num entardecer
numa praia qualquer,
com os pés descalços
num dia de Inverno.
A fugir do mar
a correr para ti.
O casaco de la,
o abraço apertado
e o calor no peito.
Imagina a falésia,
a areia grossa,
o mar de prata,
o branco do céu.
Imagina a casa nas dunas
de madeira pintada de branco
e as janelas de moldura azul.
O barulho do fogo,
a manta no sofá,
o vapor do chá e as maos a aquecer.
Imagina-me ali
a olhar pela janela.
E o mar de prata
o mar de prata...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Quê??

- O que é que a noite faz?
- A noite cai.

- O que é que o nevoeiro faz?
- O nevoeiro levanta.

- O que é que o Sol faz?
- O Sol nasce.

- O que é que a estrela faz?
- A estrela brilha.

- O que é que o vento faz?
- O vento sopra.

Afinal quem é que trabalha mais?

E afinal o que é que estou para aqui a escrever?

Diz que para criar é preciso sofrer. Que a actividade artística pressupoe um rasgo de depressao. Pensem entao que estou a ajudá-los a acelerar o processo criativo.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A Conspiraçao do Shuffle

Chega uma pessoa ao quarto, com vontade de ouvir música. Seja para acompanhar o estudo ou o que for (O que for. É sempre melhor quando serve para acompanhar o que for).
E é verdade. Tantos anos de existência. Tanta gente que se conhece. Com quem se fala desta ou daquela banda. Do que se vê na televisao. Do que se ouve na rádio. Enfim! As fontes sao intermináveis! É natural que já se tenha amontoado uma quantidade mais que considerável de música. Claro, é-se mais inseparável de umas que de outras. Mas se têm o previlégio de se encontrarem dentro daquela pastinha bela e amarela "A Minha Música", é porque alguma virtude terao.
Há uma espécie de exame antes de entrarem para aí. É como a faculdade. Carregamos no botao copiar e há um pequeno compasso de espera (até aparece a janelinha com as folhinhas a passarem de um ficheiro para outro). Esse tempo nao é utilizado somente para passar a pequena track para a sua nova casa. Nao. Durante esses micro-segundos, a pobre está a ser sujeita a um exame mais que rigoroso. Primeiro tem de mostrar o seu formulário de pré-requisitos devidamente preenchido e reconhecido por um Maestro, se tem o formato pedido naquela instituiçao. Isso e muito mais que se pode pedir a uma caixinha de música virtual.
Se se encontra tudo nos conformes, lá vai ela feliz da Vida ter com as suas restantes companheiras de quarto, que por sua vez estao com outras na grande casa da "Minha Música". Se nao, já nao lhes bastava a humilhaçao de nao poderem ingressar, ainda o anunciam com um sinal sonoro e uma nova janela com uma cruz a vermelho... E seja o que o Cyber-Deus quiser.
Bem. Para as felizardas, nem tudo serao rosas. Há outro teste a passar: O do Windows Media Player/iTunes.
Essa é a seguinte entidade que tratará dos testes de performance e será aí que as pequenas tracks vencerao na vida ou nao. Como quem chega a Las Vegas para vencer na vida mas acaba a limpar mesas. Querem todas uma entrada no WMP... Mas há uma grande percentagem que acaba somente a passar pelo skipp. "Next!"
Já ingressadas nas aulas no WMP, esse mestre feroz, todas lutam para ser as mais tocadas. Para muitas, que nunca sao eleitas pelo Dono da Casa, a sua única esperança para serem ouvidas é o shuffle. Apesar de o nervosismo ser muito, sempre que se é chamado a participar na aula.
No entanto, aí há uma conspiraçao e que nao é pequena. Como em qualquer turma da Universidade, há sempre os alunos preferidos. Por mais que o professor queira ser imparcial, muitas vezes nao consegue esconder a parcialidade. Nem à força do shuffle.
Como por magia (diz o professor que nao controla o facto), no meio de tantas centenas de pequenas músicas aos saltinhos ansiosas por sentirem o play no seu corpinho, à algumas que repetem a sua actuaçao num espaço de tempo considerado ridículo.
Com tantas dezenas de quartos na casa, há algumas portas que nao chegam a ser abertas. Por incrível que pareça há muitas pequenas tracks que ao fim de tantas horas de aulas, nunca ouvem o seu nome a ser dito pelo mestre, apesar do seu dedito estar sempre beeem esticado.
Que injusto! dizem elas, Como é que eu e as minhas irmas de quarto nunca fomos chamadas e noutros quartos já foram quase todas??!!
Reclamam. Muito. E com razao. Digo eu.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

H.L.

É verdade, já venho uns dias atrasada, mas juro que foi uma coisa que teve algum impacto em mim e por isso parece-me bem que fique aqui assinalada, até porque de certeza que a Pepita também o sentiu!
O Heath Ledger... Juro que fiquei chocada... Que triste...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Processando alimentos

Pois já aqui nas Espanhas volto a escrever nestes sítios internetários.
Este blog anda a morrer ou é impressao minha? Nao podemos deixar isso acontecer! Tantas histórias giras que tínhamos para aqui. Os milhares de leitores que temos já estao a chorar de saudades de ler as nossas sábias palavras.
A verdade é que tenho a barriga cheia demais de tanto comer para conseguir pensar. O sangue saiu todo do cérebro para o estômago. Vou esperar fazer a digestao para vir escrever.
Até logo!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Nestas festas II

Nestas festas...
Se estivesse em Portugal já estaria mais que embrenhada na azáfama do costume. Bem, "azáfama" é um eufemismo. Acho que a bem dizer é mais stress. Mas é um tipo de stress bom, se é que isso existe. Eu, sou a mulher das listas.
"Catarina, monta a árvore de Natal."
"Catarina, faz o presépio."
"Catarina, faz a lista dos doces."
"Catarina, faz a lista das pessoas a quem comprar prenda."
"Catarina, vamos às compras. (já no Colombo, dia 22 ou 23...) Que é que vamos comprar ao tio? Ai, rápido, já estou tao cansada..."
"Catarina, faz a lista das prendas que tu queres." Hehe, esta é a melhor, claro está.
Encontro-me com este, com aquele, com o outro, para trocar prendas, depressa, depressa, para podermos abrir na noite de 24.
"Catarina, poe a mesa."
"Catarina, vai buscar cadeiras."
"Catarina, falta acabar de embrulhar coisas."
"Catarina, poe música."
Ufa! Já estou cansada só de ler :)
Mas isso era antes de vir para aqui. Aqui nao estou a sentir nada esse espírito natalício. Provavelmente porque aqui é pelos Reis que se trocam as prendas e se junta mais a família. Enquanto que 24 e 25 sao dias de festa, mas nao assim tao importantes. Janta-se em casa e depois vai-se sair para os bares e assim, estar com amigos. Assim, sendo, a azáfama maior para os nuestros hermanos nao é agora.
Mas muito mais provavelmente porque nao é aqui que está a família.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Nestas festas

Nesta época penso sempre e cada vez mais: "que burra.."

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Os Esquimós

Bem... Eu queria partilhar com vocês, fantasmas que ainda lêm este blog, uma dúvida que me desassossega. Os primeiros Homens apareceram em África, nao é? Puf! Lá estavam eles... Depois foram subindo de terra em terra até à Europa, certo? Em busca de terras mais férteis e tal, minérios, enfim... Mais ou menos isso. Foram povoando o planeta. A minha dúvida é: que raio viram os Esquimós para ficarem ali?!
Porque os Esquimós nao apareceram no gelo, nao... Eles atravessaram todo o planeta e nao gostaram de nenhum sítio e quando chegaram ao gelo, disseram: "Aqui está bem, nao!?"
Como convences todo um povo a viver no gelo? Que é que lhes dizes? "Aqui montamos um negócio e enchemo-nos de dinheiro... Uma gasolineira! Com um cartaz bem grande - Há gelo!"
Os pobres estavam deslocados, porque vinham de África, com roupa de Verao, manga-curta e um paninho a tapar o rabo. Cheios de frio, sabiam lá se eram um povo e como é que se chamavam... Bem, entao lá comeÇaram a conversar:
- Tu sabes andar no gelo?
- Nao e tu? Sabes esquiar?
- Bom eu esquio mal. E tu?
- Eu também esquio mal.
- Esquio mal, sim.
- Esquio mal.
- Esquimal...
- Esquimó!
E assim surgiu o nome!
E as casas? Fizeram umas casas estranhíssimas... Os iglus. Estranhas, sem esquinas, redondas. Como se mobila um iglu? Nao podes encostar a cama à parede por fica um espaÇo vazio e cai a almofada. deve haver um IKEA de iglus! Ou como penduras um quadro num iglu? Nao podes, porque nao assenta. Mas também dá igual, porque o que realmente faz falta num iglu é um extintor. Aliás, um extintor é imprescindível, porque um incêndio ali e estás lixado... Chegas a casa e nao há nada. Olhas para a banheira, cheia de água e pensas "Onde está a minha casa?"... Na banheira!
Mas pronto, eles chegaram e instalaram-se durante geraÇoes. Vejo os pequeninos esquimós a correrem pela neve inocentemente... E surge-me outra dúvida: como se fazem os bebés esquimós?? Todos sabemos como se fazem os bebés, certo? Todos. E há um momento em que temos de estar nús... Mas a 40º negativos... Cuidado com os devaneios!
Eu acho que os pobrezitos chegaram ali e disseram...
- Papá onde estamos? Papá onde estamos?
- Estamos no Pólo.
...Chuparam o polo, ficaram com a língua agarrada ao gelo e por isso ficaram ali para sempre...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Não se escreve há tanto tempo

Hummm
E por hoje desisto...

domingo, 11 de novembro de 2007

Chorinho colgate

Tinha umas coisas importante para dizer, mas não me posso queixar aqui. Não é o sitio nem a hora. E já se sabe que não é o sítio nem a hora em sitio nem hora nenhuma.
Por isso tenho apenas a informar que hoje consegui atirar pasta de dentes para os olhos provocando uma sensação de ardor única e inesquecível. Coçar? Pôr água? Tudo boas ideias para a comichão no rabo por exemplo, mas não para os olhos impregnados de creme com frescura a mentol. Chorei um bocadinho respirei fundo e pronto, fui á luta.
Ai o que aquilo além? Ah é só um mosquito alí no outro lado na cozinha...
Bom pelo menos os meus olhos estão limpinhos e cheirosos e a minha visão de falcão continua intacta.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Uma aldeia é o que isto é

O dia é 5 de Novembro de dois mil zero sete.
São 9 e meia da noite e Patricio, 21 anos, está a voltar para casa de metropolitano. O metro vai cheio, mas Patrício está concentrado na música que ouve no seu Mp3.
De repente Patricio olha, Patrício vê uma rapariga de cabelo castanho entrançado com uma flor do lado esquerdo.
A rapariga tem maçãs do rosto coradas, calções de ginásio azuis por cima de collants da mesma cor e está escrevendo num bloco.
O coração de Patrício palpita, "vou lá? falo com ela? faço conversa de chácha? Merda! sou um encaralhado de primeira!"
Na última estação, mesmo na ultiminha resolve aproximar-se, mas foi tarde demais! Ainda tentou segui-la no meio da confusão, mas a multidão envolveu-a e Patrício perdeu-a de vista! "Ah Patrício, seu falhado!" pensou...
Falhado? Nunca!
O Patrício era um rapazolas tímido, com jeito para o web design, romântico, alto e magrito vá.
Decidiu aproveitar o talento que Deus lhe deu e fez uma página na internet dedicada a encontrar a rapariga dos seus sonhos! Fez o esboço dela e dele, deixou o endereço e o número de telefone e ao lado escreveu: não, não sou doido.
A partir desse dia começou a ser inundado com mensagens de apoio e a própria CNN quis falar com ele!
Três dias assim se passaram, e a espera... eterna.

O dia agora é 8 de Novembro do ano presente.
Um amigo da rapariga vê a página do Patricio e decide contactá-lo. Fala aqui, fala alí e não é que é mesmo ela!
E agora? O que vai acontecer? Talvez se encontrem, talvez não, talvez se apaixonem, talvez não.
A história agora a eles lhes pertence... “Ao contrário de todas as comédias românticas e más canções pop, terão que imaginar por si próprios o final desta história", escreveu o Patrício na página da Internet, que não vai voltar a actualizar.

O meu preferido

E eu sou o gajo mais porreiro de se comer frango assado com. Porque sou acérrimo adepto do peito, deixando pernas (e outras bodegas, tipo asas, pescoços e rabo) para os outros.
Dizem-me sempre ‘gostas do peito? O peito é tão seco’, mas eu gosto porque me calha sempre aquele bocadinho de plástico com o nome do aviário.
O nome disto, de preferir o peito às pernas, é apenas um: altruísmo, sem tirar, nem pôr.
Além do mais, gosto de manter os meus critérios estáveis, trate-se de preferências em termos de frango assado ou mulheres.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Adormeceu...

Hoje estou especialmente triste... E nao me apetece escrever nada especialmente erudito.
Por isso vou simplesmente dizer porquê.
O meu gato mais velho, o Simao, foi há dias para o hospital, com insuficiência renal. Pensavam que já estava melhor, mas afinal nao.
Esteve estes dias sedado e assim vai continuar para sempre.
Mataram-no porque estava a morrer.
E agora já nao o vou ver quando voltar a casa pelo Natal.
E já nao vou ter de lhe dizer adeus outra vez.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O Castelo

A minha rua tem uns prédios corridos, todos juntos uns aos outros, arquitectura própria dos anos 70/80 bem feiosa que a minha amiga Tátá poderá comentar com mais rigor quando se dignar a escrever aqui na botica.
Desse lado da rua metade dos prédios fazem uma espécie de vala à entrada com pontes para se entrar nas casas. Não consigo explicar de maneira a que fiquem com uma imagem visual fiel do aspecto da rua, mas o que quero dizer é que aquilo forma como que um "aqueduto" muito propício às brincadeiras dos mais petizes.

Ontem quando estava a chegar a casa vi um grupo de miúdos a brincar ás escondidas debaixo das pontes e dos muros que os prédios formam.
Um deles estava a contar e os outros já estavam escondidos nalgum sítio que ambos desconheciamos.
Conforme fui andando vio-os todos atrás do murinho... Espera lá que assim não ganham! Virei-me para trás e denuncie-os: "cof cof, alí alí". O miúdo da contagem ganhou e eles tiveram de trocar. Sorri vitoriosa.

Fiquei lixada por não me convidarem para brincar com eles depois disto.
Quis dizer-lhes que antes deles aquilo era meu.
Eu é que costumava ir para alí deitar-me debaixo das pontes a fingir que estava no meu castelo; eu é que deslizava nas inclinações das valas a ver os outros miudos a rachar os dentes, eu é que ficava nervosa quando tinha de ir a correr quando me apanhavam. "1,2,3 não salva ninguém!" Eu é que costumava ir para lá correr sem ter de me baixar para passar debaixo das pontes!
Depois deixei de ir para lá e agora quase de certeza que não passaria sem ter de me baixar, nem me poderia esconder atrás dos muros que eles apanhavam-me logo porque ficava com o rabo á mostra.
E agora os miúdos já não brincam com qualquer um.
E agora que tou grande os grandes também já não perguntam a qualquer um se quer brincar.

domingo, 4 de novembro de 2007

Banda sonora oficial

Precioso, único.
Bravo Ambrósio.

Aquele momento em que a madame deglute o chocolate... delicioso. Mais ou menos como o momento que eu tive quando comi aquele chocolate rançoso que tinha guardado há uns meses para aquela altura especial. A diferença é que o chocolate não era muito bom, e eu não tinha mordomo,nem um vestido dourado com um chapéu joli a condizer.

É o que é curioso nos anúncios é a suposta identificação que fazemos com eles ou que tentamos transpor para a vida.
Como o "mito" de que é romântico comer o gelado á janela num dia de chuva, ou de que somos adoráveis quando entramos a cumprimentar toda a gente numa festa espalhando sorrisos e acenos.
Quando tento fazer isso ou me cai mal o gelado ou pensam que já estou bêbada quando entro.
É a vida que raramente imita a arte.
E a minha raramente imita porque falta o elemento essencial, aliás, dois elementos essenciais: o glamour (do chapéu dourado a comer chocolate por exemplo) e a banda sonora.

Estava mesmo a precisar de ter a minha banda sonora a adicionar um pouco de intensidade aos meus momentos de alegria ou tristeza ou estoicismo, ou aos meus momentos melancólicos de comer gelados á janela. Ou para as alturas em que vou a subir a rua a pensar na vida ou nas alturas em que estou quase a rebentar porque não posso mais com este argumento viciado.

domingo, 21 de outubro de 2007

The Being II

O meu associado Zé dos duendes já escreveu a continuaÇao do "The Being". Colocou lá como um comentário, claro está. Mas visto que é a continuaÇao da história, e que vou continuá-la a partir dali, parece-me óbvio que tenho de o tornar num post. Por isso, cá vai:

ContinuaÇao de The Being - capítulo II:

Then finally you reach the light and feel a fresh breeze.
You’re no more in a closed place. Above you can see the sky and realize that is day. But the light does not reflect the day; the sun is completely stopped up by clouds as black as the look of a murderer. Before you, stand up what seems to be remains of a cloister, or its foundations. There are six pillar allied, you move the closest and see that the stone was well crafted but now is damaged, worn... You are now at the centre of the room and your eyes begin to flow their contours. In your right there is an opening, very similar to the one you just came out, but a little more broad. In side you can’t see anything in spite of this corridor do not seem as dark as the other one, perhaps by now you are unlighted by the sky. Then your eyes continue to search the room. In your front you don’t see anything special, nothing relevant to the rest of the room / cloister, only the thick walls of stone. Now look to your left, you see what seems to be a niche dug in the wall, them ... A shiver! Not a normal shiver, but one of those who makes chill the blood and your body paralysis. Only not stay paralyzed because you feel something behind, turn around.
Behind you, where before was only a dark corridor empty and black, is now a figure of human proportions. You are terrified, because you see that this shape seems to be slightly bright and you don’t understand how as it appeared without you had given therefore, no noise, no even a footstep (feet? You can not realize if the shadow touches on the floor!) like it was always there from the beginning. Noise, an alternated hitting, you feel another motion and move your look in the sky’s direction. Black birds, dozens of crows take flight from their cradle, like they were with fear and feeling that this place once secure and peaceful, is no more. You also feel that you’re longer as secure as before while looking for the crows, until suddenly… Aaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
You heard the most terrifying and horrific cry of your life!!
You take a look immediately to the place where the picture was. This seems closer to you and now you can distinguish clearly two points of an intense bright red. They are eyes! The creature looks you directly, and despite having the certainty that the cry was given by it, in his face (or at least what you think to be face) you do not realize the forms of a mouth. Your whole body shakes scared, a huge cold flow your body. Then, the strange shape begins to move away, but always turned to you, like it was levitating in the air. Depart itself, and the corridor start darkening again, and the creature to disappear until only one source of light at far.What do you do? Fall back and retreat without ever discover what in fact you are doing here, what your purpose? Or step forward. Discovering what this creature was, what it wanted from you, or maybe, what do you want from it? Follow despite all your body can do is to run, flee in the opposite direction immediately? And now?
…to be continued…
by Zé dos duendes

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Pub&Conselho

Para quem ainda nao sabia...
http://lacubata.blogspot.com/
...é o meu blog abroad sozinha.

A Pepita vai zangar-se, porque estou aqui a fazer publicidade e sou concorrente de mim própria, lolol.
Mas olhe, é para ver se você comeÇa a escrever mais, sua jornalista deslavada. (E agora comeÇam as agressoes verbais!)
Mas para compensar, vou escrever qualquer coisa interessante (como sempre, aliás! Ah, ah, ah!)

Tenho um problema fisiológico/psiquiátrico. Nao sei como classificá-lo. Chama-se: Demanhaocorpoficacoladoàcama.
Contudo, já me disseram que a doenÇa nao é rara de todo e que tem um tratamento, que provoca severas melhorias: deitarconsideravelmentemaiscedo.
Se padecem do mesmo mal, aqui fica o conselho.