terça-feira, 7 de agosto de 2007

Volta ao Mundo em Número de Dias Indeterminado II - Argentina

Já com o pé em terra firme, em Buenos Aires. Aqui são menos 4h que em Lisboa.
Esta cidade está mesmo ao lado de um rio. Sentado na margem encontrei um homem com uma cartola com buracos na cabeça, cabelos compridos muito finos, uma verruga no nariz, cigarro na boca, unhas grandes, casaca com abas de grilo, camisa por fora lilás com bolas brancas, calças justas pretas e nos pés umas Jimmy Doyle old school. Decidi perguntar-lhe: “Bom dia, como se chama?” (Aprendi esta técnica com uma jornalista portuguesa de renome, que emite um programa em directo de Madrid para Lisboa, por volta das 4h da manhã). Disse-me que se chamava Paco.
O Paco disse-me que o rio se chama Rio da Prata. E se prata em latim é Argentum… Humm…Argentina…Está-se mesmo a ver. “Então quer dizer que aqui no rio há ou havia prata?” Foi então que ele me explicou que “NÃO!!!”. Foi o mano Caboto, que no séc. XVI chegou ao pé do rio e viu uns indígenas marados com prata nas mãos. O que o mano não sabia é que a prata tinha sido roubada a uma expedição portuguesa. Então chamou-lhe Rio de Prata porque pensava que eles estavam a tirar a prata do rio. Pffff…Que grande xoné! É natural, nem sequer se sabe se o Caboto nasceu em Inglaterra ou em Itália! Coitado…Devia ser órfão e estava desorientado na vida. De qualquer forma, a partir do nome do rio, surgiu o nome Argentina. Os portugueses são lixados. Conseguimos fazer com que uma nação e um rio ficassem para todo o sempre com um nome que não se refere a nenhuma característica sua real.
Ofereci ao Paco uma garrafinha de vodka que tinha comprado no avião. Ele viu o frasco pequenino, abriu, pôs o dedo no gargalo e passou-o por trás das orelhas, pescoço e pulsos. No fim disse-me: “Já tinha ouvido dizer que nos aviões os perfumes são mais baratos”.
Apesar de estarmos numa cidade com “bons ares”, são um bocado quentes e húmidos. Isso aliado ao facto de querer comprovar que ela tinha mesmo metro, levou-nos, a mim e ao Paco, para o mundo subterrâneo. Saímos numa estação qualquer e fomos acabar os dois num bar a dançar o tango, com uma rosa vermelha na boca.
Acho que a minha estadia na Argentina fica pela capital e deixo as Pampas, a Patagónia e a Terra do Fogo para outras viagens…”Adeus Paquito!”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Paquito é um sumo do Dia!! :D